Escrevi isto ontém, ao fechar um livro... estou lendo sobre montanhas, mais especificamente, sobre os desafios de se escalar o Everest. Não, eu não vou tentar escalar o monte Everest! A Geraldine não iria deixar, óbviamente. Tenho outras “montanhas para escalar” antes, tão difíceis quanto o Everest, enfim, são jornadas pessoais, e todos tem as suas. Uma pessoa pode pensar que um livro sobre  escalar uma montanha só interessa a escaladores, ou que um livro do Amyr Klink tenha finalidade somente a navegadores. Engano redondo. Estas literaturas tratam de superações pessoais, de organização, de encontros consigo e com a natureza circundante. Levam você a não esquecer que o mais importante é o auto-conhecimento.  Há algum tempo voltei a remexer nas minhas gavetas, que por certo divido com Geraldine, são nossas gavetas imaginárias; ao mexer nelas posso ver tanta coisa já feita, o que causa um  contentamento, mas não deixo de notar que lá no canto tem projetos também, que estão lá, como se diz, "na gaveta". Existem projetos, sonhos, que são idealizados para habitar as gavetas mesmo. Fazem companhia aos que saem da gaveta, e depois retornam para ficar guardadinhos num cantinho, apenas para relatar aos mais novos sua experiência, assim como velhos sábios que tem uma história pra contar.

Complicado é administrar a ansiedade de jovens projetos, cheios de razão, tal qual adolescentes, com tanta energia... por isto, é importante ter tranquilidade para compreender que as coisas tem um tempo, tem um ritmo próprio e nada adianta  acelerar o processo, pois o amadurecimento natural é que confere o máximo de sabor.
 
Tudo isto é um desafio tão grande, que nem eu faço idéia e é melhor nem ter noção mesmo, se não, o mais provável diante de tanta dificuldade é desistir. Se pensam que é fácil, sair por aí... sem destino e tal, saibam que não é assim tão simples como muitos imaginam. Simples é ter um comércio, ou ser funcionário público. Eis alguns grandes desafios pessoais que tenho que transpor. Um deles é produzir disciplina. Ser disciplinado é quase ir contra a natureza própria do meu ser. Geraldine é mais organizada. Eu sempre fui disperso, curisoso, inquieto, quero saber mais, ir mais longe, ver outras coisas... essa atenção que dou a todas as coisas alguns chamam de déficit de atenção, mas me parece ser o oposto de déficit, superávit. Não ter disciplina não significa que o sujeito seja um  indisciplinado, naquele sentido de aluno da quinta série do colégio. O caboclo só não tem a capacidade de se concentrar numa determinada coisa por um período razoável de tempo. Esse período é algo bem relativo; na medida que analisar uma coisa para mim pode ser necessário, supomos, 3 minutos, enquanto que para outra pessoa poderia levar 19 minutos. Não sei, mas não é o tempo que se leva sobre determinado tema que vai dimensionar a importância ou a boa fruição daquilo. Ainda exemplificando, estes 3 minutos poderiam ser o suficiente para aquela experiência do qual eu precisava. Será que é por isso que sinto que não quero perder tempo? Muitas vezes a operação se inverte e estendo um tempo danado debruçado numa coisa que aparentemente não tem importância, mas como saber? Como saber no momento presente se determinadas atenções tem ou não tem importância? É sempre um desafio. Além de disciplina, é preciso organização. Pensar que é preciso organização me faz ter vontade de dar uma sonora gargalhada, mas me contenho.  Eu tento, mas nunca fui organizado, sou bagunceiro e pra ajudar, esquecido. Um cabeça de vento como dizia minha mãe. Isto tem lá seus encantos e beneficíos. Embora tenha muitas coisas organizadas na vida, me cobro que não é o suficiente, e não é. Há muito trabalho pela frente, é um exercício constante de auto-conhecimento. Cada um tem seus temas para evoluir, todos tem seus desafios evolutivos. Disto é feito a vida, uma constante mudança evolutiva, sem fim.

 
Sejam bem vindos! Um caminhão, uma câmera fotográfica gigante, um casal vagabundo? Que história é essa?
Eu @andreopaiva & @gechatagnier, vamos contar e mostrar um pouco dessa história no @instagram e aqui vou fazer o exercício da escrita, em busca de disciplina para escrever e organizar os registros e memórias.          

Este é um post de apresentação e já contém uma introdução às histórias que iremos escrever por aqui, não planejemos nada, é mais como um exercício de memória e escrita. Eu sou André de Oliveira Paiva e minha estimada esposa chama-se Geraldine de Toledo Barros Chatagnier. Somos da safra de 1974, do mesmo "terroir". Mas eu fui "engarrafado" 20 dias depois dela. Não queria sair da barriguinha de jeito nenhum [finalzinho de outono aqui na Ilha de santa Catarina é frio],  era para termos nascido no mesmo dia, acabei ficando mais um pouquinho no quentinho, tipo os 10 minutos a mais na cama além do toque do despertador... putz, quase matei minha mãe! Este desencontro de 20 dias perdurou por mais de 20 anos e fomos nos encontrar pra valer no ano de 1999. Encontro de amor, diário. Estamos juntos todos os dias o dia todo, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Vivemos e trabalhamos juntos sem separação. É verdade, todo dia o dia todo! Seria justo vivermos de amor, só de amor! Ser remunerados por amar. Mas o mundo não está preparado pra essa nova economia. 

Siga-nos, sem pressa, nós andamos devagar!!!